Nascemos e somos conduzidos pela cultura e conhecimento pré-estipulados, ressignificados. Por meios imediatos somos conduzidos pela família pra aprender dominar tantos significados móveis nas diferentes instituições ou quando se veste determinada identidade. Vejo gente inteligente falando tolices ao menosprezar o outro, seja por sua cor, pelo seu local de origem, por seu ofício sem status, por seu gênero ou qualquer escolha que venha a fazer sexualmente ou de mudança corporal… E é nesse intervalo que me espanto: entre tantos grupos que se odeiam e entre tantas linguagens a se compreender para pertencer (!) imagine as crianças e os animais que não possuem voz, que não produzem contra-discursos, como podem se virar?
Por isso reivindico para as crianças de nossas casas e entornos a liberdade para serem ouvidas, e, a partir da liberdade o ensinamento sobre o cuidado de si, do seu tempo, ensinar a elas sobre a perenidade mas também sobre a ética em suas atitudes porque é isso que vai marcar a sua presença no mundo. o saber agir em proveito não de si, mas com base no antigo preceito grego do cuidado com as atitudes em relação ao pensamento, à vigília do que se pensa e do que se sente. Ter voz e opinião à partir da tomada de decisão que nunca é apartada dos outros porque a todo momento o que decidimos e o que decidem está interligado em contato constante.
*Imagem retirada do creative commons no qual inseri as frases